quarta-feira, 5 de julho de 2017

APREENSÕES DE DROGAS NOS CORREIOS SOBEM 23% NO ANO

Por: Rafael Neves - Metro Curitiba
Os Correios informaram ter apreendido em agências por todo o Brasil, de janeiro a maio deste ano, 23% a mais de drogas escondidas em encomendas do que no mesmo período em 2016.
Os números absolutos de apreensões não são divulgados por questões de segurança, mas mostram, segundo os Correios, que traficantes ainda não desistiram de usar o serviço postal como “mula”, apesar do aumento na fiscalização.
“Nós temos investido em técnicos que recebem treinamento, e eles vivem descobrindo drogas em lugares inimagináveis. Todos os disfarces são bem elaborados”, afirma Júlio González, diretor regional dos Correios no Mato Grosso do Sul.
Por ser uma rota do tráfico, o Estado é um dos mais atentos a este crime. No final do mês passado, a unidade de Corumbá (MS) descobriu duas remessas de cocaína que iriam à Espanha e ao Canadá. Em ambas, a droga estava prensada na forma de finas placas e revestida na frente e no verso por cartazes dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Além de treinamento, os Correios usam máquinas de raio-x para a fiscalização. Com a tecnologia, descobriram-se drogas escondidas em papéis, como certificados e diplomas, CPUs de computador, caixas de bombom, aveia e até um ursinho de pelúcia. “Esse problema existe há muito tempo e percebemos que aumenta em certas épocas do ano”, disse González.
Investigações
Encontrada a droga, o desafio é localizar os responsáveis pelos envios, já que quase sempre os pacotes estão com nome e endereço falsos.
Todas as descobertas são repassadas para a PF (Polícia Federal), que passa a investigar. Em São Paulo, a PF mantém a Operação Faro Fino, um trabalho permanente de combate ao tráfico postal.
Embora haja registros de remessas de maconha e haxixe (resina da erva), os achados mais frequentes nos Correios são de cocaína e drogas sintéticas, como ecstasy e LSD. Estas mercadorias dão maiores lucros ao ser enviadas em pequenas quantidades, algo fundamental para minimizar os riscos de flagrante.
Nas grandes capitais, os Correios inspecionam encomendas por amostragem, já que o grande volume torna impossível fiscalizar tudo. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, apenas as unidades de Corumbá e Ponta Porã, mais próximas das fronteiras com a Bolívia e o Paraguai, revistam todos os pacotes. A unidade sul-matogrossense diz interceptar encomendas que buscam o mercado nacional, especialmente São Paulo e Rio, mas a maior parte é  destinada ao exterior. Espanha e Holanda são os principais alvos dos traficantes.
Outros itens ilícitos têm maior aumento
As apreensões de outros objetos ilegais nos Correios vêm tendo um aumento ainda mais expressivo do que as drogas.
No período de comparação (janeiro a maio de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado), os flagrantes de itens proibidos subiram 77%, contra 23% dos entorpecentes.
Só neste ano, a PF (Polícia Federal) já prendeu pessoas que tentaram usar os Correios para transportar munições, outros acessórios de armamentos e cédulas de dinheiro falso, entre outros produtos.

Em fevereiro, por exemplo, uma mulher de 63 anos foi detida pela PF no Rio de Janeiro como destinatária de uma remessa de 24 carregadores de fuzil. A carga estava escondida em uma caixa, junto com um carrinho de bebê, e foi remetida da Polônia. Os agentes monitoraram o envio e prenderam a mulher no momento em que retirava o material.  
FONTE: https://www.metrojornal.com.br/foco/2017/07/04/apreensoes-de-drogas-nos-correios-sobem-23-no-ano.html