quinta-feira, 3 de agosto de 2017

CAMPANHA SALARIAL, UM POUCO MAIS DO MESMO

CAMPANHA SALARIAL 2017
Todo ano assistimos a mesma narrativa. Mudam as personagens e o discurso da direção dos Correios se repete: É impossível atender as demandas, pois a pauta inviabilizaria o orçamento; A empresa está em contínuo déficit e exige sacrifícios; Os corte são necessários para manter a saúde financeira e por fim, a empresa está quebrada.

Ouço esta ladainha há muito tempo, contudo o que vemos na realidade é uma gastança desenfreada em total desalinhamento com os objetivos do negócio e uma total incapacidade da gestão em dar uma resposta satisfatória. Gastos, declínio financeiro e administrativo, falta de diálogo são a máxima do momento.

Patrocínios, subsídios, viagens, convênios, parcerias, consultorias, bem como outras tantas ações, não tem surtido o efeito de alavancar a marca e também não tem gerado satisfação para os clientes e nem para os funcionários.
A narrativa plantada na mídia alinhada, paga, de que os trabalhadores dos Correios gozam de uma série de privilégios, soa como um mantra para os ouvidos ávidos por soluções fáceis, porém o buraco, sem metáforas, é bem mais em baixo.

O declínio na qualidade do serviço está diretamente ligado à opção diretiva, de quem resolveu enxugar a folha de pagamento com planos de demissão, abrindo mão da expertise acumulada sem a devida realocação de mão de obra, tudo isso respaldado por pareceres de consultorias contratadas de forma pouco transparente. Cabe também ressaltar que a reestruturação da cadeia  de comando, mantendo os cargos do auto escalão e extinguindo de forma generalizada funções intermediárias tem afetado o desempenho. Numa coisa a Administração Central está quase equiparando todos: Na exploração pelo excesso de atribuições. Parece que a destruição é proposital.

O processo negocial tem que ser transparente e subsidiado pelos resultados da ECT, abandonando o comportamento deletério que tem prevalecido em outras negociações. É de suma importância abrir a caixa preta que se transformou as contas da empresa. Já passou da hora dos trabalhadores que lutam cotidianamente contra os problemas da ECT participarem de forma efetiva dos planos que visem resolvê-los. Até quando a direção vai achar que de forma monocrática irá solucionar tais problemas?

Sem a participação efetiva dos trabalhadores este quadro tende agravar-se, com cada vez menos vontade da direção da empresa em ouvir as representações sindicais. A organização e mobilização são fundamentais neste cenário de embates. Cada trabalhador é protagonista neste momento de severos ataques ao nosso emprego e por extensão, nossa família. Vamos à luta!


Joel Arcanjo Pinto

Reg. MTe 38.372 RJ