CAMPANHA SALARIAL 2017 |
Todo ano assistimos a mesma narrativa. Mudam as
personagens e o discurso da direção dos Correios se repete: É impossível
atender as demandas, pois a pauta inviabilizaria o orçamento; A empresa está em
contínuo déficit e exige sacrifícios; Os corte são necessários para manter a
saúde financeira e por fim, a empresa está quebrada.
Ouço esta ladainha há muito tempo, contudo o que vemos
na realidade é uma gastança desenfreada em total desalinhamento com os
objetivos do negócio e uma total incapacidade da gestão em dar uma resposta
satisfatória. Gastos, declínio financeiro e administrativo, falta de diálogo
são a máxima do momento.
Patrocínios, subsídios, viagens, convênios, parcerias,
consultorias, bem como outras tantas ações, não tem surtido o efeito de
alavancar a marca e também não tem gerado satisfação para os clientes e nem
para os funcionários.
A narrativa plantada na mídia alinhada, paga, de que os trabalhadores
dos Correios gozam de uma série de privilégios, soa como um mantra para os
ouvidos ávidos por soluções fáceis, porém o buraco, sem metáforas, é bem mais
em baixo.
O declínio na qualidade do serviço está diretamente
ligado à opção diretiva, de quem resolveu enxugar a folha de pagamento com
planos de demissão, abrindo mão da expertise acumulada sem a devida realocação
de mão de obra, tudo isso respaldado por pareceres de consultorias contratadas
de forma pouco transparente. Cabe também ressaltar que a reestruturação da
cadeia de comando, mantendo os cargos do
auto escalão e extinguindo de forma generalizada funções intermediárias tem
afetado o desempenho. Numa coisa a Administração Central está quase equiparando
todos: Na exploração pelo excesso de atribuições. Parece que a destruição é
proposital.
O processo negocial tem que ser transparente e
subsidiado pelos resultados da ECT, abandonando o comportamento deletério que
tem prevalecido em outras negociações. É de suma importância abrir a caixa
preta que se transformou as contas da empresa. Já passou da hora dos trabalhadores
que lutam cotidianamente contra os problemas da ECT participarem de forma
efetiva dos planos que visem resolvê-los. Até quando a direção vai achar que de
forma monocrática irá solucionar tais problemas?
Sem a participação efetiva dos trabalhadores este quadro
tende agravar-se, com cada vez menos vontade da direção da empresa em ouvir as
representações sindicais. A organização e mobilização são fundamentais neste
cenário de embates. Cada trabalhador é protagonista neste momento de severos
ataques ao nosso emprego e por extensão, nossa família. Vamos à luta!
Joel Arcanjo Pinto
Reg. MTe 38.372 RJ